domingo, 25 de novembro de 2012

Não precisa morrer pra ver Deus!

Na terra do politicamente correto, quem tem opinião é fanático!
Desde sábado uma discussão acalourada no facebook, me levou a refletir sobre o esvaziamento da fé em nossas paróquias e comunidades, a fé cristã e a tradição da Igreja tem dado lugar a um sincretismo religioso perigoso para a fé. Principalmente por estar disfarçado de diálogo interreligioso.
Primeiramente gostaria de esclarecer sobre o diálogo. Pela origem da palavra, dialógo significam dois conhecimentos distintos, ou seja, o diálogo verdadeiro só ocorre quando as diferenças são exaltadas. Só posso dialogar a partir de um ponto de vista prévio, logo, concordar é uma coisa, dialogar é outra, absurdamente distinta. Eu não dialogo com quem comunga dos mesmo principios que eu, eu comungo, eu partilho, diálogo ocorre quando estou diante do diferente.
Em segundo lugar queria esclarecer o que vem a ser sincretismo religioso. Sincretismo é misturar as diversas tradições religiosas, sobre a idéia de estar respeitando a todas, eu crio para mim um Deus a moda do freguês, pego um pouco de budismo, um pouco de induismo, um pouco de umbanda, um pouco de catolicismo, e voilá! Tenho um Deus a minha imagem e semelhança.
O que as pessoas que comungam dessa idéia não veêm é que isso é um deserviço para cada uma dessas tradições religiosas, pois acabo por desrespeitar a diversidade e a beleza de cada uma. Todas as religiões tem a suas exigências, de desapego e de busca de algo maior, e quando eu pego só o que me interessa eu abandono o pacote completo, e fico numa fé água com açucar que não me leva a ser melhor, mas sim e me leva numa onda de "deixa a vida me levar" eterna. Vou onde me dá prazer.
Explicado isso, venho expressar a minha opinião, dizendo que é IMPORTANTE no mundo de hoje que as religiões sejam sinal de união. Temos que parar de demonizar a religião do outro, e devemos respeitar a pessoa, pois corremos o risco de lançar a pessoa toda fora, simplesmente por ela crer e rezar diferente de mim! MAS por outro lado eu só posso fazer bem ao outro, quando estou ENRAIZADO na minha fé, eu só posso ser católico de dialogar com um espírita, se eu eu for profundamente consciente da minha fé, sendo assim poderei ouvir, entender e discordar, mas respeitar.
Portanto acho uma tristeza ver líderes da Igreja católica e jovens, que já se venderam por esse modelo água com açucar de fé, comprando tudo quanto é ideologia e enfraquecendo a verdadeira fé no Cristo Salvador da humanidade. Pensam assim: "todos tem razão ao falar de Cristo: Kardec tem razão, Marx tem razão, a minha avó tem razão. Mas o papa? não aquele lá está errado tadinho, é gagá!"
Precisamos ter coerência com a nossa fé, buscar alimento sólido, ser firme na busca pela santidade. e fugir, fugira rápido, fugir pra longe do sincretismo.
Por fim dou a palavra a Congregação para a Doutrina da fé, com seu presidente, o então Cardeal Joseph Ratzinger, atual Papa Bento XVI:

4.  O perene anúncio missionário da Igreja é hoje posto em causa por teorias de índole relativista, que pretendem justificar o pluralismo religioso, não apenas de facto, mas também de iure (ou de principio). Daí que se considerem superadas, por exemplo, verdades como o carácter definitivo e completo da revelação de Jesus Cristo, a natureza da fé cristã em relação com a crença nas outras religiões, o carácter inspirado dos livros da Sagrada Escritura, a unidade pessoal entre o Verbo eterno e Jesus de Nazaré, a unidade da economia do Verbo Encarnado e do Espírito Santo, a unicidade e universalidade salvífica do mistério de Jesus Cristo, a mediação salvífica universal da Igreja, a não separação, embora com distinção, do Reino de Deus, Reino de Cristo e Igreja, a subsistência na Igreja Católica da única Igreja de Cristo.
Na raiz destas afirmações encontram-se certos pressupostos, de natureza tanto filosófica como teológica, que dificultam a compreensão e a aceitação da verdade revelada. Podem indicar-se alguns: a convicção de não se poder alcançar nem exprimir a verdade divina, nem mesmo através da revelação cristã; uma atitude relativista perante a verdade, segundo a qual, o que é verdadeiro para alguns não o é para outros; a contraposição radical que se põe entre a mentalidade lógica ocidental e a mentalidade simbólica oriental; o subjectivismo de quem, considerando a razão como única fonte de conhecimento, se sente « incapaz de levantar o olhar para o alto e de ousar atingir a verdade do ser »;8 a dificuldade de ver e aceitar na história a presença de acontecimentos definitivos e escatológicos; o vazio metafísico do evento da encarnação histórica do Logos eterno, reduzido a um simples aparecer de Deus na história; o eclectismo de quem, na investigação teológica, toma ideias provenientes de diferentes contextos filosóficos e religiosos, sem se importar da sua coerência e conexão sistemática, nem da sua compatibilidade com a verdade cristã; a tendência, enfim, a ler e interpretar a Sagrada Escritura à margem da Tradição e do Magistério da Igreja.
Na base destes pressupostos, que se apresentam com matizes diferentes, por vezes como afirmações e outras vezes como hipóteses, elaboram-se propostas teológicas, em que a revelação cristã e o mistério de Jesus Cristo e da Igreja perdem o seu carácter de verdade absoluta e de universalidade salvífica, ou ao menos se projecta sobre elas uma sombra de dúvida e de insegurança.

Fonte: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html
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