quinta-feira, 11 de abril de 2013

Católico e Intolerante? #poser

Andaram nos últimos dois dias veiculando no facebook uma imagem aleatória dos cantores Michel Teló e Ivete Sangalo abraçados, com a seguinte mensagem escrita: "Eu sou contra cantores seculares na Jornada Mundial da Juventude 2013!!! Se você também é compartilhe!"
Notícia esta desmentida pelo COL (Comitê Organizador Local) no site oficial da JMJ. Aqui.
Feito isto venho expressar aqui uma preocupação que surgiu principalmente por um comentário feito em um dos compartilhamentos de um amigo, em que alguém bradava: "Evento Católico, gente católica!"
A principio nada de errado com a mensagem, exceto por aquilo que pode estar escondido nesta mensagem. Seríamos nós católicos uma espécie de raça eleita? De únicos detentores do amor de Deus? Seremos nós superiores a quem não frequenta a Igreja? Não teria um artista secular o direito de se apresentar na JMJ?
O Brasil sempre foi para o mundo um celeiro de grandes e renomados artistas, muitos inclusive começaram carreira lançando discos no exterior. E a música brasileira é plural, cheia de artistas excelentes e pouco conhecidos, nos mais variados ritmos para todos os gostos! TODOS MESMO!
É claro que sabemos que existe na música secular não raramente uma apologia a valores contrários ao evangelho, mas na contramão há também inúmeras músicas seculares dotadas de uma beleza tão singular, e marcadas por uma verdade tão profunda, que é difícil acreditar que não tenha sido composta por um cristão, ou feita pensando em Deus. Podemos dessa maneira encontrar presente em cada ser humano, em especial nos artistas, a beleza que nos revela o profundo da alma humana, e portanto, algo de Deus.
Sobre isso disse uma vez João Paulo II:
"Ninguém melhor do que vós, artistas, construtores geniais de beleza, pode intuir algo daquele pathos com que Deus, na aurora da criação, contemplou a obra das suas mãos. Infinitas vezes se espelhou um relance daquele sentimento no olhar com que vós — como, aliás, os artistas de todos os tempos —, maravilhados com o arcano poder dos sons e das palavras, das cores e das formas, vos pusestes a admirar a obra nascida do vosso gênio artístico, quase sentindo o eco daquele mistério da criação a que Deus, único criador de todas as coisas, de algum modo vos quis associar." (Fonte: Carta do Papa João Paulo II aos Artistas 1999)
Sendo assim, podemos sair do nosso lugar de perfeitos, assumir cada um que somos todos fracos, pobres, dependentes do Amor de Deus. E porque não rezar também com uma música secular? 
Quem ao se deparar pela primeira vez com o Amor de Deus não se sentiu como o eu lírico de Palavras ao Vento?



Ou quem nunca quis sair cantando como Ainda Bem diante do verdadeiro Amor que não passa?


Quem nunca quis adorar a Jesus dizendo as palavras de Velha Infância?



 Ou quem nunca se sentiu o Filho Pródigo retratado com maestria em Tal Liberdade, e quis o quanto antes voltar pra Cristo?



Ou ainda diante da ousadia da missão, não se questionou: Quem sabe isso quer dizer Amor?


Claro que não quis aqui ser pretensioso e encerrar um assunto que dá pano pra manga em um pequeno post. Mas pergunto a você amigo, qual a sua contribuição? Qual a sua Opinião?

Encerro com a citação no site da COL:
Por fim, convidamos a todos para que participem da Jornada Mundial da Juventude Rio2013, experiência única para a cidade do Rio de Janeiro e para todo o Brasil. Com certeza, será uma grande oportunidade para compartilharmos os valores fraternos, gerados e construídos na fé, no amor e na caridade, presentes na juventude. Dessa forma, acreditamos que os jovens, nas mais diversas expressões, estilos e tribos, são um tesouro que deve ser abraçado e promovido pela Igreja, pela sociedade e pelo Estado.

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